sexta-feira, 15 de maio de 2009

Outra vez "A minha terra"

Prometi, a propósito de "post" de blogger amigo, dar resposta adequada à sua provocação quando comparou a Apelação - a MINHA TERRA - com a Quinta da Bela Vista.
Admitindo que alguma comparação pudesse ser feita, os seus termos teriam que ser, logo à partida, alterados:
- guardadas as devidas distâncias, poder-se-ía comparar a Apelação com Setúbal, ou;
- poderíamos comparar a Quinta da Bela Vista (bairro de Setúbal) com a Quinta da Fonte (bairro da freguesia de Apelação).
Tive em tempos (em meados de 2007, creio) a oportunidade de escrever neste espaço um "post" que se intitulava, precisamente, "A MINHA TERRA". E nele revelava as preocupações de quem cresceu numa terra que já não era a mesma em que os seus filhos estavam agora a crescer, fruto de erros cometidos por uma administração que, em nome de uma política de realojamentos consciente, mais não fez que retirar gente problemática de zonas em que a sua exposição era negativa para a imagem que se pretendia transmitir, criando "guetos" de gente desenraízada, autênticos barris de pólvora que a qualquer momento poderiam explodir. Escrevi-o na altura, lamentando a qualidade de vida que se havia perdido na MINHA TERRA com a construção da Quinta da Fonte, muito tempo antes do tão mediático "verão quente de 2008" que deu a conhecer ao país a existência daquele bairro. Até aí, ninguém conhecia a Apelação e poucos a Quinta da Fonte...
Não escamoteando o que de negativo a Quinta da Fonte representa (sem a dimensão, até ao momento, de "Covas da Moura" - Benfica, "Marianas" e "Fim do Mundo" - Cascais, etc., etc., etc.), a Apelação vive hoje um estigma resultante de uma escaramuça que alguém filmou e vendeu à Comunicação Social, a qual se encarregou, essa sim, de fazer caso nacional de um simples caso de polícia. Como tantos outros que vemos todos os dias por esse Portugal da TVI.
E não, não é verdade que a Quinta da Fonte "Quase todos os dias apareça à vez na TV com cenas tristes...", porque já não me lembro da última vez em que tal tenha acontecido.
E como em todas as coisas negativas, alguma coisa positiva se consegue no fim aproveitar: no nosso caso, mais policiamento, algumas famílias ciganas "postas a andar daqui", e uma menor sensação - real - de insegurança.
Aliás, se quis ser assaltado, tive que ir pôr o carro esta semana no Campo Grande, frente ao Colégio das Doroteias, de onde me limparam o portátil depois da terem partido o vidro traseiro da viatura. Na Apelação nunca me aconteceu!
A Apelação continua a ser um óptimo sítio para se viver. Mas não deixa de ser verdade que eu não moro na Quinta da Fonte!...