quinta-feira, 22 de março de 2007

Crise de Valores



Acabo de ler "O Mistério da Estrada de Sintra", escrito em parceria por dois dos mais ilustres nomes da literatura Portuguesa: Eça de Queirós e Ramalho Ortigão.
Considerações sobre a obra à parte - não é isso que me motiva - é interessante verificar que conceitos como Honra, Lealdade e Respeito pelo outro, estão presentes a cada passo, a cada capítulo, espelho de uma época em que a sociedade os valorizava acima de qualquer outros.
E não podendo deixar de fazer alguns paralelismos, verifico com curiosidade:
- o valor que o conceito de Honra parece ter para os envolvidos nos casos "Casa Pia" e "Apito Dourado", entre muitos outros, em que, aparentemente, a «vergonha não é roubar, mas sim ser apanhado»;
- a Lealdade demonstrada pelo vice-Reitor da Universidade Independente em relação ao Reitor de quem foi discípulo e protegido, ou dos abutres que constantemente voam à volta dos líderes dos seus partidos à espera do melhor momento para os destronar (olá Portas, Menezes,...);
- o Respeito pelo outro que os putos da Quinta da Fonte demonstraram pelo velhote que assaltaram quando, depois disso, ainda o espancaram porque ele queria recuperar pelo menos as chaves de casa.
Com a crise de valores existente - a família enquanto escola, já era - e os exemplos que todos os dias nos entram pela casa a dentro, não há realmente que estranhar as Quintas da Fonte, Covas da Moura, Marianas, etc.
Ainda por cima, os iluminados que nos governam escolhem-nos a dedo, juntam-nos, e colocam-nos todos no mesmo sítio. Nem é preciso fósforos: aquela merda explode por Auto-Ignição!

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