domingo, 23 de dezembro de 2007



Este ano estou a tentar, uma vez mais, resistir ao envio indiscriminado de SMS's que habitualmente são próprios da época.

É uma questão de economia, mas é, sobretudo, o dizer não a uma prática cada vez mais impessoal de se desejar boas festas: e fazê-mo-lo da mesma forma para os simples conhecidos - só porque constam da lista de contactos do telemóvel - como para aqueles que realmente nos são queridos e merecem um outro tipo de atenção - e para estes não são precisas mensagens "chapa 5" para saberem o quanto lhes queremos.

É por esse motivo que deixo aqui os meus votos de um Feliz Natal e de um Novo Ano cheio de sucessos para todos, na certeza de que a ausência de uma mensagem pessoal não significa esquecimento das pessoas de que mais gosto porque, para essas, para aquelas que sabem que têm um lugar especial no meu coração, tenho ao longo do ano muitas formas de lhes mostrar esse apreço.

SAÚDE E PAZ!

domingo, 16 de dezembro de 2007

A coisa vai

Diz quem me vê todos os dias - e em especial os que me vêem com algum espaçamento temporal - que as melhoras são notórias. Eu digo que já estive melhor.

Há cerca de um mês, antes de me dar esta merda, estava nitidamente melhor. Mas também eu reconheço que houve (grande) evolução.

Um obrigado sincero a todos quantos têm manifestado a sua preocupação e interesse.

Tempo

É impressionante: desde 30/11 que não "posto" nada.

E olho para trás e percebo porquê. Entre trabalho, aulas, fisioterapias e estudos (sim porque os testes já começaram, e algum estudo tem que haver), o tempo, realmente, não pode dar para tudo.

Vejo a filhota a esperar por mim até às 11 ou a levantar meia hora mais cedo porque quer ajuda num trabalho de matemática; vejo o filhote - ciumento, coitado - a exigir atenção com a ficha de meio-físico, e a questão tem que se levantar: vale a pena? Quais os valores que tenho que colocar como prioritários?

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A minha terra II



29 de Novembro, 07h00.
Cerca de 200 agentes de várias corporações da PSP entram na Quinta da Fonte para uma Mega-Rusga, e por lá permanecem durante aproximadamente 5 horas.
Notícia de abertura em todos os noticiários; primeiras páginas dos jornais generalistas de hoje - todos disseram que era em Loures, o que é bom para a imagem d'A Minha Terra.
Fui reler um velho post de 20 de Março.
Continua actual!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Meus ricos animais...

Veio-me à lembrança uma expressão que ouvi várias vezes da boca do meu Pai: "Quanto mais conheço as pessoas, mais gosto dos animais!"

Vem isto a propósito de uma sucessão de peixeiradas que se têm vindo a dar na minha turma, e que culminou com a intervenção ontem, em plena aula de economia, de um representante da AE e outro da Direcção de Curso, que nos vieram dizer que "já éramos todos adultos e que, por isso, nos devíamos comportar bem nas aulas e não fazer barulho!"

Importa referir que a média de idades desta turma andará, pelo menos, na casa dos 40 anos; que, obviamente, a maior parte das pessoas vai para as aulas depois de um dia de trabalho; que este "non-sense" - a intervenção daqueles senhores - foi motivado pela queixa feita por um aluno à AE e à Direcção do Curso, devido ao facto de "a turma ser indisciplinada e barulhenta, prejudicando os alunos que estão ali para aprender."

Considerações à parte sobre a forma e o local que o/a colega escolheu para resolver aquele que parece ser para ele(a) um problema, devo dizer que me senti ultrajado - eu como muitos outros colegas - pelo ralhete com que fomos brindados: é que aquilo nem no secundário tem lugar. Há questões (se as houver) que devem ser resolvidas nos lugares próprios - a sala de aulas - pelas autoridades para isso instituídas - os professores. E isto não partiu de um professor...

A juntar a isto, é ver a cada dia o crescimento daquilo que, aparentemente, são facções opostas na luta pelo poder (qual poder?) dentro da turma: só visto!

E ando eu, que nunca aceitei ralhetes de borla, a pagar € 260,00 por mês para os ouvir agora?

Meus ricos animais...

Ele há coisas do C******

Passados oito dias, deu-me para a filosofia:

"Realmente, um gajo pode adormecer sãozinho da vida num dia, e acordar todo estropiado (ou não acordar) no outro - assim, sem mais nem menos: já todos vimos isto nos outros, mas quando se aproxima da nossa porta..."

Ele há, realmente, coisas do C******!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Ensino de Qualidade - Qualidade de Ensino

Transferi hoje o valor da mensalidade de Novembro da Universidade.

Inovações tecnológicas à parte - que permitem obter a referência Multibanco através da Internet e fazer, depois, o pagamento através do Homebanking, comodamente sentados frente ao computador - nunca deixo de me "arrepiar" com a monstruosidade que nos é pedida no acesso ao ensino privado (já que o público não comporta todos).

Dir-me-ão: "Já tiraste um curso numa Universidade Privada, qual é a novidade?". É verdade, mas já não estava habituado.

Vem isto a propósito de uma cadeira deste 1º ano, em que a docente, ontem, numa aula de 2 horas, conseguiu que dois colegas fizessem apresentações de trabalhos práticos de 5 minutos cada antes de nos mandar para "20 minutos de intervalo", passados 30 minutos (os tais 20 + 10) fez-se a CHAMADA e mais uma apresentação, e agora "vamos só conversar um bocadinho porque já não dá tempo para mais" - faltavam 40 minutos para o termo da aula.

Eu sei quanto é suposto pagar para frequentar o curso - porque essas são as regras do jogo conhecidas à partida - mas é legítimo esperar que a qualidade do produto que me é vendido seja consonante com o valor que pago.

É que, deste tipo de aulas, eu gostava quando andava no secundário a expensas dos meus pais: agora ando lá à noite, com que sacrifícios pessoais, familiares e profissionais, e não estou com vontade de aceitar este tipo comportamento da parte de quem, supostamente, deveria estar no cumprimento de uma missão sublime - independentemente do dinheiro que para isso receba.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Cultura


Ontem baldei-me à última aula para disfrutar de um fabuloso momento cultural.
"As Obras Completas de William Shakespeare em 97 minutos" - num espectáculo com duração aproximada de 2 horas e meia - é uma introdução inteligente em forma de comédia à obra daquele dramaturgo, hilariante, e que faz da interactividade com o público o seu maior trunfo.
Aconselho vivamente!
A apresentação de ontem foi a última desta temporada em Lisboa - vão agora até ao Porto - mas devem voltar em breve: estejam atentos.
Entretanto, a Companhia Teatral do Chiado mantém em cena no mesmo Teatro Estúdio Mário Viegas as peças "As Vampiras Lésbicas de Sodoma" e "A Bíblia - Toda a Palavra de Deus (Sintetizada)" que me parecem muito apetecíveis. Ficam em agenda para breve...

sábado, 13 de outubro de 2007

O 1º dia do resto da minha vida académica

E pronto: iniciei hoje, sábado, formalmente, o meu regresso aos bancos da escola. Como primeira impressão, a ideia de que existem por lá uns cromos difíceis de digerir, além de alguma apreensão de um gajo que sempre gostou de números e raciocínio lógico a ver-se diante de cadeiras essencialmente teóricas.

Dois professores no primeiro dia - bons, pareceu-me - que vêm de Coimbra aos sábados de propósito para isto. E é este estatuto de "estrelas" que obriga a que tenhamos os sábados ocupados até às 17h00(!), o que convenhamos é bastante desagradável - são os fins de semana completamente estragados.

Mas pronto, vamos avaliando a par e passo a evolução e as contingências desta nova situação para, a qualquer momento, tomar decisões. O acompanhamento que devo aos putos é algo que me preocupa profundamente e que me vai merecer toda a atenção.

A ver vamos...

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Exclusivo Garf-Field

Este é um presente aos meus amigos que, apesar dos tempos que eu passo sem postar nada, ainda se dão ao trabalho de vir espreitar se há algo de novo por aqui.

A notícia é fresquíssima - apenas a família mais próxima a sabe - e, para já, é um exclusivo dos visitantes do Blog: aos 42 anos (quanto mais velho mais maluco) decidi voltar aos bancos da escola, e acabo de entrar em direito, na Lusófona.

Ora toma!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

História de um lampião perseguido

Ía eu descansadamente a circular pelo parque, quando, em sentido contrário, vejo um típico Tuga, careca, com um casaco de fato de treino do Benfica. Reacção imediata: grande berro "Spoooooooorting!" com toda a gente a olhar e o lampião com ar incomodado a baixar a cabeça. E o homem teve azar porque, nesse dia, num parque tão grande, com tanta gente, cruzei-me com ele mais três vezes, e a cada vez: "Spoooooooorting!". Da última já esboçou um leve aceno, mas o pobre já devia achar que eu o andava a perseguir.

Agora imaginem quem é que estava à chegada, no aeroporto de Lisboa, à espera de Táxi? "Spoooooorting!".

E continuava com a merda do mesmo fato de treino vestido: ele há gente que não aprende!

Oh Elsa!

Tentei re-editar na Disney o famoso "Oh Elsa" da EXPO-98; grandes berros durante as esperas nas filas ou no meio da multidão, estrangeirada toda a olhar sem perceber, tugas sorumbáticos como que envergonhados, enfim, ganda barracada.

Mas para o fim - vitória das vitórias - já se ouviam uns "Oh Elsa!" com pronúncia. Mais uns dias e não sei o que seria!

O descanso dos guerreiros

É impressionante como 4 diazinhos longe daquilo que é a rotina diária retemperam e dão novo ânimo a uma pessoa; e como o regresso parece mais duro.

Tratemos pois de tentar não dar importância ao regresso, e cultivemos as memórias de um extenso fim de semana passado na Disney.

Como eu tenho dito: "Os meus putos divertiram-se à grande: quase tanto como eu!"

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O regresso

Não, não é do meu regresso que venho "postar", até porque já fiz uma série de promessas de que vou ser regular e o resultado tem-se visto - é uma vergonha: não botava nada desde 19 de Junho...

Venho falar mesmo é do regresso do V., que, ao fim de quase um mês, saiu do Hotel onde esteve confortavelmente instalado, para completar a recuperação em casa.

Quer isto dizer que o "3marcas.blogspot.com" vai recomeçar a bombar, com aquela verborreia verde e laranja (a verde nem por isso) habitual. Cá estamos para ver...

Continuação de rápidas melhoras!

terça-feira, 19 de junho de 2007

Novo Aeroporto

Cada vez me convenço mais de que devo ser estúpido que nem um portão! Ou então sou só um bocadinho distraído, e esta coisa do aeroporto e de toda a discussão que gira à sua volta é demasiada areia para a minha pobre camioneta...
Deixem-me lá organizar ideias para ver se compreendo:
há trinta e cinco anos decidiu-se que seria necessário criar uma alternativa à Portela; há nove - vinte seis anos depois da constatação da necessidade - houve um governo que, com base em estudos então realizados (não se discute aqui se exaustivos, bem feitos, a considerar todas as possibilidades, etc.) decidiu que a melhor localização seria a Ota; mais dois governos passaram sem que a localização escolhida fosse minimamente posta em causa. Quando aparece um outro governo a dizer que vai arrancar com a coisa: Alto lá, que essa não é a melhor localização, que Rio Frio, Poceirão, mais Alcochete, mais Portela + um, mais...
...mais adiamentos em cima de adiamentos, que quando o Aeroporto estiver a ser construído já não há aviões e o pessoal já usa o Teletransporte como no Espaço 1999.
Apesar da irresponsabilidade que o ministro às vezes revela porque fala demais e na hora, o que é isso comparado com a irresponsabilidade de uma oposição que parece querer mostrar que a sua única capacidade de decisão é não decidir.
Ah! Já agora, se ainda estiverem a aceitar sugestões de alternativas, proponho a Apelação: há lá um bairrozito que, bem arrasado, poderia dar lugar a uma boa pista...

O Garf não morreu

"De boas intenções está o inferno cheio" - diz o povo e com inteira propriedade.


Faz um mês, mais coisa menos coisa, que não boto uma linha neste espaço. E lembro-me perfeitamente da "minha carta de intenções" quando iniciei o Garf Field, onde prometia escrever com regularidade sobre tudo e sobre nada, com o único objectivo de fazer correr a palavra e, quem sabe, lançar alguns pauzitos para algumas fogueiras de forma a promover alguma discussão.


Também é verdade que afirmei que, mais que não fosse, iria escrever para mim, apenas pelo prazer de o fazer: mas o que é certo é que vários amigos me têm questionado sobre onde é que pára o Garf, fartos que estão de vir aqui bater e dar com a porta sempre fechada.


Pois bem, não volto a fazer cartas de intenções: mas para aqueles que de alguma forma se identificaram com algo do que por aqui passou, peço a paciência de de vez em quando virem dar uma espreitadela. Podem dar muitas vezes com o nariz na porta, mas prometo-vos que de vez em quando terão uma surpresa: cá estará um "postezito" a mostrar que o Garf não morreu! Ainda...

terça-feira, 15 de maio de 2007

Roer as unhas

Semana longa para os amantes de futebol: ninguém vai cuspir para o ar até domingo, não vá cair-lhe qualquer coisa desagradável em cima...

E nós que estivemos a 15 minutos de passar para o comando. Aliás, sempre achei que 90 minutos de futebol é uma violência para os coitados dos senhores: os jogos não deviam ter mais de 75 minutos... e nada de descontos!

Poeira

Nada como apontar o dedo aos outros quando queremos afastar de nós as atenções ou esconder as nossas insuficiências: verdadeiro tratado de "Filha de Putice", este que está a ser escrito pelos media britânicos acerca da actuação das polícias Portuguesas no caso "Maddie".

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Pensamento do dia

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios: por isso canta, chora, dança e vive intensamente antes que a cortina se feche".

Arnaldo Jabor

sexta-feira, 23 de março de 2007

Allgarve

Sem querer atirar achas para a polémica fogueira relacionada com a recem divulgada marca ALLGARVE - isso fica para o V. (link em "Friendly Blogs" para 3 Marcas...) - não posso deixar de vos remeter para a crónica do Ricardo Araújo Pereira esta semana na Visão.
Simplesmente delicioso...

quinta-feira, 22 de março de 2007

Crise de Valores (2)



Nem de propósito: parece que és bruxo!

Cheguei a casa depois de ter "postado" o comentário anterior, liguei a televisão para os noticiários, e a notícia de abertura era, mais ou menos, esta: "Rui Verde" - o tal vice-Reitor da Universidade Independente que destituiu o Reitor mediante interposição de providência cautelar - "foi detido e já passou a noite nos calabouços da Judiciária, onde esteve sob interrogatório até altas horas da madrugada". Alegadamente - é importante dizer isto, não me vão acusar de difamação e quem vai preso sou eu - o homem é acusado de graves irregularidades na gestão da universidade, branqueamento de capitais, tráfico de diamantes, entre outros mimos.

Um pouco depois, Judite de Sousa trazia à sua "Grande Entrevista" o major Valentim Loureiro e, por lamentável incompetência e má fé da realização, nem uma vez filmaram o homem por trás, o que permitiria mostrar ao mundo as asinhas de anjo que definitivamente contribuiriam para desmascarar, perante a opinião pública, a terrível cabala que pende sobre a sua cabeça.


Realmente, perante exemplos destes, tenho que apresentar as minhas desculpas ao pessoal da Quinta da Fonte: vocês são uns autênticos anjinhos!... e podem andar toda a vida que nunca vão conseguir chegar aos calcanhares de figuras como estas.

Crise de Valores



Acabo de ler "O Mistério da Estrada de Sintra", escrito em parceria por dois dos mais ilustres nomes da literatura Portuguesa: Eça de Queirós e Ramalho Ortigão.
Considerações sobre a obra à parte - não é isso que me motiva - é interessante verificar que conceitos como Honra, Lealdade e Respeito pelo outro, estão presentes a cada passo, a cada capítulo, espelho de uma época em que a sociedade os valorizava acima de qualquer outros.
E não podendo deixar de fazer alguns paralelismos, verifico com curiosidade:
- o valor que o conceito de Honra parece ter para os envolvidos nos casos "Casa Pia" e "Apito Dourado", entre muitos outros, em que, aparentemente, a «vergonha não é roubar, mas sim ser apanhado»;
- a Lealdade demonstrada pelo vice-Reitor da Universidade Independente em relação ao Reitor de quem foi discípulo e protegido, ou dos abutres que constantemente voam à volta dos líderes dos seus partidos à espera do melhor momento para os destronar (olá Portas, Menezes,...);
- o Respeito pelo outro que os putos da Quinta da Fonte demonstraram pelo velhote que assaltaram quando, depois disso, ainda o espancaram porque ele queria recuperar pelo menos as chaves de casa.
Com a crise de valores existente - a família enquanto escola, já era - e os exemplos que todos os dias nos entram pela casa a dentro, não há realmente que estranhar as Quintas da Fonte, Covas da Moura, Marianas, etc.
Ainda por cima, os iluminados que nos governam escolhem-nos a dedo, juntam-nos, e colocam-nos todos no mesmo sítio. Nem é preciso fósforos: aquela merda explode por Auto-Ignição!

terça-feira, 20 de março de 2007

A MINHA TERRA

- Parece que foi ontem que, ao que dizem, o meu Pai me "abandonava em cima de um monte de areia" enquanto bebia, descansado, com os amigos, a imperial de fim de tarde;
- parece que ainda ontem brincávamos, de "sol a sol", p'las ruas desta TERRA que me viu crescer, brincadeiras só interrompidas pelos gritos das nossas Mães chamando para a pausa das refeições;
- parece que foi ontem que, a pé, fazíamos o trajecto de ida e volta para a escola, sem necessidade de que nos fossem levar e buscar: e que, já "grandes", com 10 anos, partissemos para a aventura do ciclo - meio bilhete p'ra Sacavém - autónomos e à nossa sorte - sorte a nossa, sorte a dos nossos Pais;
- parece que foi ontem que, nos dias amenos de primavera, nas quentes noites de verão, os casais passeavam serenamente pelas ruas até altas horas da noite, enquanto nós prolongávamos a brincadeira como se não houvesse amanhã;
- e os cafés e colectividades se mantinham abertos até às mesmas horas;
- parece que, ainda ontem, eu conhecia pelo nome todos os habitantes da MINHA TERRA e todos me conheciam a mim.
Não vai realmente há muito tempo que, quando nos perguntavam: - "Onde moras?" - recebíamos, perante a resposta, rostos de interrogação, como se tivesse dito Marte em vez do nome da MINHA TERRA, plantada 3 kms a norte de Lisboa.
Valha-nos isso, pelo menos: hoje toda a gente conhece a MINHA TERRA! Basta dizer: "- Moro na Apelação." - e a resposta sai, invariavelmente, célere: "- Foda-se! Moras na Apelação?"
No passado fim de semana, uma vez mais, em todas as televisões, notícia de abertura dos telejornais, reportagens em directo, entrevistas ao Presidente da Junta, ao dono de um café que nunca mais o vai conseguir vender - porque, ali, ninguém lho compra - à senhora que "coitados dos rapazes, só incendiaram um carro e partiram mais 4 à pedrada: os polícias é que entraram à bruta", e aos miúdos que já hoje se juntam para roubar outros miúdos da sua idade, em formação para, em breve, substituirem os que hoje colocam a MINHA TERRA nas parangonas dos jornais.
Porque, há uma dezena de anos, contra todas as regras que anos e anos de experiência em realojamentos - não só em Portugal como no estrangeiro (vide França) - o poder político, aqueles que, supostamente, elegemos para servir e defender com competência os interesses de todos os cidadãos, pegaram num "Gueto" e plantaram-no, inteirinho, na MINHA TERRA, em vez de aproveitar a ocasião para reintegrar esta gente, em grupos pequenos espalhados por vários locais;
porque era necessário requalificar com rapidez as áreas envolventes da EXPO 98;
porque este poder político, politicamente correcto com as minorias étnicas - cuja imagem explora e "acarinha" nos períodos eleitorais - resolve desta forma estes problemas para que estes problemas não sejam colocados às portas das suas casas.
E a revolta instala-se porque, hoje, na MINHA TERRA:
- as crianças têm medo de ir à escola porque são agredidas;
- os velhos - e já não são só os velhos - são assaltados em pleno dia, privados dos já parcos recursos que as suas reformas permitem;
- a propriedade privada é frequentemente vandalizada;
- os cafés fecham cada vez mais próximo do entardecer;
- as pessoas evitam sair depois das 21h00;
- a utilização dos transportes públicos é como a Roleta Russa: a viagem vai ser tranquila ou temos de novo desacatos?
Não sei o que, neste momento, será possível fazer para restituir um pouco da tranquilidade e da qualidade de vida que me habituei a ter às portas de Lisboa:
Sei que, aos meus filhos, já não vai ser possível crescer como eu cresci na MINHA TERRA, apenas preocupados em ser crianças, com tudo o que isso significa.
Azar o deles, azar o meu...

sábado, 17 de março de 2007

F. C. Porto x Sporting C. P. (2)


E pronto: apesar de um 2º tempo menos conseguido, uma vitória justa da equipa mais consistente ao longo dos 90 minutos.



Vitória de um meio campo brilhante com um grande golo de Tello, a encurtar para 6 pontos a diferença para o lider - ainda assim muito grande para nos dar esperanças relativamente ao título.

Riem-se neste momento os lampiões (amanhã o Estrela vai dar-lhes trabalho, espero eu), mas vamos papá-los também e passa-lhes a vontade de rir...

Açordas

O prometido é devido: fiquei de apresentar reportagem do 1º Congresso das Açordas, em Portel, e aqui está o resultado.

É certo que uma vez que não tive hipótese de ficar por muito tempo, não assisti a qualquer dos colóquios e debates sobre a matéria, mas estive presente de corpo e alma nos "trabalhos práticos" ao almoço de sábado.

Aproveitando as potencialidades da Cerca de S. Paulo - uma estrutura outrora anexa à Igreja com o mesmo nome e hoje reconvertida em espaço público - foram criados 4 espaços para outros tantos restaurantes locais apresentarem o que de melhor sabem fazer no tema Açordas.

Infelizmente, tive que esperar até perto das 3 da tarde para dar início à função, já que o espaço era manifestamente insuficiente para o número de pessoas que se deslocou a Portel para participar no evento. Contribuindo para os atrasos, a agradável participação de um grupo de cantares regional, que fez com que quem já estava sentado prolongasse a sua refeição para não perder pitada da exibição.

Numa oferta alargada, onde pontificavam todos o ex-libris dos pratos baseados em sopas de pão - açordas de tomate, de espinafres, de cação, entre outras derivações "suspeitas" (açorda de carne?) - escolhi, obviamente, a mais que tradicional Açorda de Alho, confeccionada pelo Chefe Miguel da Adega do Refúgio.



Provei ainda umas deliciosas Migas Canhas - que não sendo açorda se enquadram perfeitamente no espírito da coisa - e fiquei tentado com o excelente aspecto da Sopa de Tomate, mas este tem sido um prato ao qual continuo a oferecer alguma resistência.





Em jeito de resumo, um princípio de tarde muito bem passada, nota 4 em termos de sabores: pena os problemas de organização que motivaram demoras significativas no serviço prestado (e já me disseram que o jantar de sábado e o almoço de domingo ainda foram mais complicados).

Resta a satisfação de constatar que Portel já não é apenas conhecido pelo "Passarinho", e que outros eventos por lá se passam e põem a vila no mapa.

A propósito: já conhecem o Hotel Rural Refúgio da Vila, bem no centro da povoação?...

F. C. Porto x Sporting C. P.

45m: 0-0.

Contrariamente ao que oiço dos comentadores sporttv, e admitindo que ninguém se superiorizou por aí além, creio que o meu sporting está por cima e, a haver alguém em vantagem, seriam os de verde e branco que o mereceriam.

Esperemos pelos restantes 45...

segunda-feira, 12 de março de 2007

Mil Euritos!...

Factura da água, a pagar até...: € 3.100,00
- Eh lá, p'ra quem está habituado a pagar uma média de € 700,00, qualquer coisa não está bem. Vai de inspeccionar, e, analisando a contagem do contador à data, tudo indica que a próxima factura ainda vai ser maior.
Raio de azar, estamos com uma ruptura e a águinha está-se a pirar pelo chão!
Toca a correr para os Serviços Municipalizados, conta-se a história toda no atendimento, e a funcionária, muito atenciosa, marca de imediato a visita de um fiscal para constatar o problema, sem prejuízo de que façamos um fax para o departamento competente porque, nestes casos, há a possibilidade de reduções em algumas taxas e, talvez, a aplicação de uma tarifa mais favorável - além de se poder pedir o faseamento dos pagamentos que, ainda assim, se previam elevados.
Não tendo o fiscal aparecido durante a tarde do dia marcado, telefonou-se na manhã seguinte para saber quando viria: o senhor não encontrou o local e tal, mas já estava agendada nova visita para daí a quase uma semana. Nesse mesmo dia, telefonema da empresa à hora do almoço: "Está aqui um fiscal da Camara para falar consigo". Fixe, pensei, mais depressa se resolve isto.
Almoço a meio, e aí vai ele p'ra falar com o homem.
- Sabe, isto é uma chatice, realmente tem aqui uma ruptura, e por muito que que se reduzam taxas está aqui uma pipa de massa.
- Pois é, temos aqui um problema que entretanto já resolvemos (a derivação danificada já tinha sido anulada) como você viu: e agora?
- Bom, aqui só há uma solução: eu dou o contador como avariado, substitui-se antes do funcionário que faz as leituras passar, anda-se com a contagem deste para trás, e a próxima factura (a que se previa sair ainda maior) vem baixinha.
- ?!
- Isto tem é custos!...
- Ah?!... e que custos?
- Mil euritos! Tá a ver? Ganha você, ganho eu, no fundo ganhamos todos!
O que este FILHO DA PUTA se esqueceu de dizer é que, neste negócio, nem todos saem a ganhar: é que o patrão dele, o que lhe paga o ordenado no fim do mês para ele fazer o seu trabalho - que neste caso, por sinal, somos todos nós, contribuintes - sai a perder (para alguém ganhar, alguém tem que perder).
Dadas as desculpas para poder adiar a decisão, ainda teve o desplante de se identificar e deixar o número de telefone porque "se for para avançar, dê-me um toque porque eu vou estar pela zona até às 20h00 e tratamos logo disto!".
O que é que um gajo faz com um cabrão destes?...

quarta-feira, 7 de março de 2007

Classificados

- 'Tou?!
Não era propriamente esta a resposta que ela esperava ouvir.
Aliás, não sabia bem o que esperava ouvir depois de marcar aquele número arrancado dos classificados do Correio da Manhã; nem tão pouco por que raio foi abrir o jornal nas páginas dos classificados.
- Estou, bom dia. Estou a falar com...? - perguntou a medo, meio desconcertada com o tom esganiçado daquela voz que lhe respondia com um seco "'Tou?!"
- Com o Marco: quem fala? - ouviu do outro lado.
Decididamente, era melhor acabar já com aquela parvoíce e desligar o telefone: não seria concerteza um Marco, com um anúncio nos classificados do Correio da Manhã, entre Solanges e Vanessas, 22 anos, meigas, esculturais, cultas - sorriu ao lembrar-se da anedota: "Com tantos atributos, como é que fui virar puta?" - que lhe iria resolver os problemas que de repente vieram perturbar a pacatez da sua vidinha.
- Peço desculpa, deve ter sido engano. Estava a ligar por causa de um anúncio, mas creio que me devo ter enganado no número. - respondeu decidida a terminar a conversa.
De facto, a forma como atendeu o telefone, aquela voz esganiçada - com um qualquer toque que lhe agradou, agora que pensava nisso - tinha-a convencido de que o que estava a fazer era uma autêntica estupidez.
- Ah... não, não: não há engano nenhum - respondeu a voz, parecendo acordar de uma qualquer letargia em que estivesse mergulhada - Está a falar com Marco Vicente: em que posso ajudá-la?
Depois de uns primeiros momentos para se recompor, o seu interlocutor passara agora a um registo profissional, substituindo a secura das expressões pelo tom melado do vendedor que encontrou potencial vítima.
Meio confundida, sem saber se havia de desligar ou prolongar um pouco mais a conversa, lá balbuciou:
- Sabe, sr. Vicente? Vi o seu anúncio no jornal, e pensei se os seus serviços não me poderão ajudar no esclarecimento de um assunto pessoal que me vem preocupando.
- Concerteza que sim - respondeu Marco, agora já transmitindo a segurança de quem tem a situação controlada - não tenho qualquer dúvida de que lhe poderei ser útil, seja qual for a natureza do seu problema. Quer me dar algumas luzes? A propósito: penso que poderia começar por me dizer com quem estou a falar, já que ainda não me disse o seu nome, menina...

quinta-feira, 1 de março de 2007

Isto é que vai uma açorda!...




É em Portel, a meio caminho entre Évora e Beja, e o programa promete: trata-se do 1º Congresso das Açordas, vai decorrer nos próximos dias 02, 03 e 04, e é, obviamente, uma tentação para os amantes de tudo o que é tradicional e cai no prato - um programa à medida do GARF.
Vou lá estar, sem dúvida, infelizmente só para o almoço e um bocadinho da tarde de sábado.
Para os que tiverem disponibilidade e ainda não têm programa para o fim de semana, aqui fica a sugestão - e podem aproveitar para visitar o maior lago artificial da Europa e toda a área envolvente. Para pernoitar aconselho vivamente o "meu" Hotel Refúgio da Vila, bem no centro da vila de Portel (www.refugiodavila.com).
Para os que não puderem, prometo deixar aqui as minhas impressões durante a próxima semana.

Introdução à função

Devo começar por confessar que tenho a mania de que escrevo relativamente bem.
Confesso também que tenho alguma dificuldade em distinguir um advérbio de um adjectivo, não me lembro do nome da maioria das figuras de estilo - e a coisa fica agora ainda mais complicada com a TLEBS, essa criação de um conjunto de mentes iluminadas que aparentemente não têm nada de produtivo para fazer, e que ainda por cima contam com a benção do Ministério da Educação - mas creio que, de uma maneira geral, uso bem essas coisas.
Como gosto de me ouvir - à semelhança de mais 99% dos Portugueses, ainda que eu dispense a participação em fóruns radiofónicos - achei que a criação de um blog poderia ser uma boa forma de recuperar esse prazer esquecido de escrever por escrever, ainda que o faça só para mim (cabe aqui um parentesis para um agradecimento ao V. que, com a criação do seu próprio blog - com a devida vénia, http://3marcas.blogspot.com - deu o mote para o aparecimento deste.
E assim nasce o THE GARF FIELD: o CAMPO onde o GARF se propõe explanar ideias, comentários e outras verborreias sobre todos os temas que as notícias, acontecimentos, situações pontuais ou outras "idas à casa de banho" lhe despertem a cada dia - assim deus me dê inspiração e disponibilidade para ir alimentando este espaço com alguma regularidade.
Resta-me agradecer o tempo perdido aos que, tendo passado pela primeira vez pelo CAMPO, estão a jurar nunca mais cá pôr os pés: pelo menos viram a maluqueira que pode dar às pessoas quando atingem determinadas idades. Aos outros, aos que estão a pensar ainda cá voltar mais uma ou duas vezes - mais que não seja, por uma questão de compaixão para com o rapaz - fico na expectativa de que vão colocando os vossos "posts" porque, apesar de tudo, acredito que isto possa ter um pouco mais de graça (pouca) se fôr participado e possibilitar alguma troca de ideias e pontos de vista.
Até breve (espero).
P.S. - Como resulta da simples análise do nome deste blog, é óbvio que eu - que até nem morro de amor por gatos - sou profundo fã do gato mais preguiçoso e comilão do mundo. E até me revejo um pouco nestas suas características...